quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

HISTÓRIAS DE FÉRIAS (PARTE 1)

Janeiro de 2015, a criançada toda de férias, o Vivre só esperava a família chegar para ele poder navegar, finalmente o barco seria libertado de sua prisão, depois de quase um ano confinado no seu pequeno espaço de giro, ele iria finalmente ganhar o mar, iria cumprir a sua sina, cumprir seu papel que é navegar! E navegou, navegou deliciosa e maravilhosamente bem! Porém, antes de zarpar, algumas "coisinhas" aconteceram, e para contar nossa história para vocês, terei de começar do começo!

O Vivre na ilha anchieta!


CARRO LOTADO!
Desde de março de 2014 que o Vivre não sai da poita e o motor de popa dele estava em casa pois fiz uma revisão no Mercury 8hp e no Tohatsu 3.5, e como o veleiro não estava navegando fui deixando os motores revisados aqui em casa mesmo, ai surgiu o primeiro problema das férias, como levar todo mundo mais bagagem para 7 dias + 2 motores de popa em um gol de 5 lugares, essa é uma conta que não fecha, a solução foi dividir, meu irmão estava descendo para Caraguatatuba no mesmo dia que nós estávamos indo para Ubatuba, peguei um pedaço(ão) do porta-malas dele e coloquei os dois motores lá e de quebra ele ainda levou o Willyan, assim meu carro e o dele desceram lotados, cada um por um lado, eu pela Oswaldo Cruz ele pela Rodovia do Tamoios. A ideia era deixar a turma no Saco da Ribeira ir ate Caraguá pegar o Willyan e os motores, eu só me esqueci do transito lá em baixo, levei 3 horas para chegar em Caraguá e mais umas 2 horas para voltar até a Ribeira, cheguei por volta das 20:30h e junto comigo chegou uma chuva com relâmpagos, trovões e um mar bem chatinho pra ir de bote até o Vivre!

PACIÊNCIA, MEMÓRIA CURTA E GENTILEZA!
Na minha situação atual, se eu pagar a Aumar tenho que vender o Vivre, e também não acho válido pagar R$ 350,00/mês (R$ 4.200,00/ano) só pra usar o taxiboat algumas vezes no ano, bem, voltemos a nossa história.
Já estava noite e a chuva só aumentava, e o vento só aumentava, e o mar só aumentava, de repente o telefone celular toca, era o  Juca Andrade que encontrou com a Lena durante o dia, e a ela o chamou de Ricardo numa dessas gafes que não tem como concertar.
- Como está ai Walnei, precisa de ajuda?
- Juca vou esperar mais uma meia hora e se o tempo não melhorar, vou para uma pousada com todo mundo! - Se eu fosse para uma pousada teríamos que voltar para casa antes do previsto, como eu disse, minha conta bancária tem lá suas prioridades!
- Ok! Se precisar me liga, estou a disposição! Disse o Juca.

Deu meia hora, deu uma hora, deu uma hora e meia e nada do tempo melhorar, a chuva até tinha diminuído, mas o vento ainda uivava sobre os mastros dos veleiros nas poitas, e então chamei o Juca:
- Juca a chuva passou, mas o mar esta meio grosso para ficar zanznado de bote, pensei em fazer uma ponte, pedir para Aumar nos levar até o Malago (o Juca é associado da Aumar) e do seu barco eu vou pro meu! O Malagô e  Vivre são vizinhos de poita, iria ser fácil!
Aqui eu gostaria de abrir um parenteses, não pensem que tomar esta atitude me agradou, não gosto de ficar com o rabo preso e usar a Aumar me deixou em um dilema moral daqueles, sei que não é certo, mas na hora me pareceu a única solução, e a situação estava brava, o Arthur dormindo no colo da Lena, o Gabriel dormindo no carro, eu e os maiores sentados lá no balcão do PEIA (Parque Estadual da Ilha Anchieta), ou seria a carona no jeitinho, ou voltaríamos para a casa já que não achei nenhuma pousada com vaga, e olha que eu procurei na internet, telefonei para umas 5 ou 6 e as que tinham vaga queriam meus rins por uma noite.
- Walnei, vou acionar a Aumar pelo rádio e vocês vêm pra cá então!
Deu meia hora, deu uma hora, deu uma hora e meia e nada da Aumar chegar, o Juca me telefonou de novo, disse que chamou o marinheiro da Aumar, mas o cara alegou que tinha ido buscar uma turma em um veleiro, mas pela demora daria para pegar a tribulação lá no Gaipava, que fica no Itaguá, e trazer para a Ribeira, foi nessa hora que percebi que tudo tinha mudado, a chuva tinha se transformado em uma garoinha, o vento em uma gostosa brisa e o mar que a pouco era bravo agora estava calmo!
- Juca, deixa o marinheiro dormir, já dá para ir de bote!
E assim não cometi o pecado do jeitinho brasileiro, se bem que o que vale é a intensão né? Mas já decidi, nunca mais penso em fazer ponte com os barcos da Aumar, afinal esse é único produto que tem valor para os associados e se for para usar tem que pagar!
- Walnei, se precisar me chama pelo VHF!
Mal sabia ele que eu não estava com meu VHF!

Uma das coisas que me encanta no mar são as pessoas, a solidariedade, a camaradagem, a disponibilidade são muito maiores e desinteressadas do que na cidade, o Juca doou um bom tempo dele para minha família, ficava monitorando a situação preocupado com ela, tentando junto comigo encontrar uma solução para aquele momento! Valeu Juca!

Por fim embarcamos no Vivre exatamente a 0:30h!
Dizem que velejador tem memória curta e é verdade, nem bem embarcamos e a situação que meia hora atrás parecia sem solução já tinha sido esquecida, ninguém lembrava pelo que tínhamos passado, já tinha virado história para o blog, o problema agora era uma febre de 39º que apareceu no Gabriel, mas isso fica para o próximo post!

Continua...


LINKS RELACINADOS:
HISTÓRIAS DE FÉRIAS (PARTE 2)
HISTÓRIAS DE FÉRIAS (PARTE 3)

7 comentários:

  1. Pelo jeito esse dia foi intenso, com a necessidade de varias tomadas de decisões, umas com resultados cansativos e outras que balançam nosso "ego". Como a familia vem sempre em primeiro lugar o coração falou mais alto... braços a torcer e... nessas horas que sabemos diferenciar o AMIGOS dos COLEGAS. Feliz quem tem um amigo como o Juca Andrade, rsrss..
    Walney, "nunca mais" é muito tempo... vai que no carnaval... ... .... ....sabe-se lá rsrsrs :)
    ...aguardando a continuação heheh...
    abração meu camarada...
    At
    Rodrigo Fidelis

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  2. Walnei, seu mão de vaca! A Aumar custa só R$ 290,00!!!
    Aquela noite foi a que mais ventou e choveu - talvez por que vc tenha resolvido lembrar que tem um barco e etc etc etc, rs. Eu te chamei para dormir no Malagô, pois temos espaço, não para fazer mané ponte! Veja se tira esse escorpião do bolso! Parece que tem 5 filhos para criar, meu?! Bons ventois e obrigado pelas palavras, mas só fiz o que tinha que ser feito. Ass. Ricardo, quer dizer, Juca!

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  3. Walnei tudo blz, muito gostoso ler suas aventuras, já te acompanho algum tempo muito legal. Sinto muita saudades do Saco da Ribeira ,a questão de uns 5 anos atras comprei um veleiro que estava na poita. Veleiro Silencio nas Águas que era do comandante Ricardo Beires,não sei se você conhece. Gente muito boa perdi contato c/ ele já tem mais de um ano. Hoje navego no Rio Tietê. Represa de Promissão , Temos um grupo muito legal de velejadores. Grande abraço e bons ventos sempre. Sérgio. veleiro Olodum.

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    1. Sérgio, é realmente um prazer receber você por aqui, andei bisbilhotando o blog do Olodum e já o incluí em nossa flotilha, quando for matar a saudade da Ribeira aparece lá no Vivre!
      Bons ventos

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    2. O prazer é meu Walnei, fico muito contente por você ter bisbilhotado nosso Blog, Com certeza que guando formos no Saco da Ribeira irei te conhecer pessoalmente, se considere nosso convidado quando vier para nossa região. grande abraço e bons ventos sempre. ahhh o filme ficou muito legal . valeu muito ver a meninada relaxando.

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  4. Aê Walnei!! Que legal!! Saiu da poita e foi velejar!! E de quebra tb arranjou pauta pro Blog.....
    Agora...dá um calmante ou até um Espumante prá Lena. Afinal, chamar o Juca de Ricardo, sinal que ela estava um pouco aflita com a situação....
    kkkk

    Grande abraço à Brava Tripulação do Vivre!!

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