sábado, 5 de dezembro de 2015

OLHA MÃE... SEM MOTOR!

Alguns dias atrás recebi um e-mail, era o Wagner (não, não era meu irmão), me contou que acompanha o blog e que tem planos de comprar um veleiro, assim queria ter uma aula sobre os fundamentos da vela no Vivre, combinamos a data e fomos.

O Wagner é um cara simples, gente fina, batalhador e comerciante nato, foi um prazer recebê-lo no Vivre, mais do que um leitor ele se mostrou um fã do Vivre, lembrou muitas histórias que contei aqui, praticamente conhecia o Vivre sem nunca ter pisado lá. Já vou adiantar que por motivos pessoais ele também não quis que as fotos dele fossem postadas, tem bastante gente que cuida da privacidade com muito mais afinco e cuidado do que eu.


Chegamos cedo na prainha da Ribeira, desta vez levei o bote excursion 3 e um remo, o bote "profissional" não caberia no carro do Wagner, o Windguru previa um tempo frio com ventos entre 7 e 10 nós e sem chuva, embarcamos no excursion e toca remar até o Vivre, como o vento estava forte e contra, o bote avançava com um pouco de dificuldade, mas avançava, até que um senhor que passou com uma voadeirinha nos ofereceu uma feição, é a segunda vez que esse senhor me dá uma carona e eu nem sei o nome dele, sei que ele cuida com muito cuidado de uma escuna vizinha de poita do Vivre, da próxima vez pergunto o nome dele.

O Windguru quase acertou 100% da previsão, só errou na chuva, assim que embarcamos no Vivre ela caiu com vontade,  veleiros são assim mesmo, as vezes eles não querem trabalhar e arrumam alguma desculpa, eu bem que quis sair com chuva mesmo, mas o Wagner refugou, então fui fazer o nosso almoço. Eu não sabia, mas o prato principal do restaurante Vivre, que é massa com frutos do mar, é conhecido fora do Saco da Ribeira, o Wagner fez questão do prato, só para constar os ingredientes são macarrão, sardinha e massa de tomate e o ingrediente principal é a fome, eu costumo dizer que as pessoas gostam do meu macarrão com sardinha pois sempre estão com fome quando ele é servido, e a fome é o melhor tempero que existe, vejam as fotos do bistrô Vivre:



Nosso prato mais famoso

Acho que o prato fez sucesso de novo!






























Almoçamos, e a chuva não parava, só aumentava, então resolvemos partir para os aperitivos e abrir aquela cerveja, o barco não sairia da poita mesmo, por isso liberou a cervejinha.


Depois da cervejinha o Wagner topou me ajudar em uma manutençãozinha na bomba pressurizada do Vivre, já fazia um tempão que estava adiando isso!

E assim o dia acabou e o Wagner resolveu aceitar o desafio da pescaria, pra quem não sabe eu explico, nunca, nenhum homem, mulher ou criança embarcou um peixe no Vivre, pelo menos um peixe pescado na hora, e não faltou pescador pra tentar viu, por isso foi lançado o desafio, o primeiro peixe embarcado se transformará em um sashimi, sempre tem shoyo e wasabi na dispensa, como era de se esperar ainda não foi dessa vez que comi o peixe cru.

Pois enfim chegou o dia de zarpar, o windguru previa ventos de 10 nós com rajadas de 12 ou 13 nós.
Algum tempo atrás eu não abriria velas num vento de 10 nós, hoje já dá pra fazer isso. Certa vez, conversando com um grande velejador lá na Ribeira, ele me disse que com 15 nós o veleiro dele abre todas as velas e ainda estende algumas toalhas pra pegar um ventinho a mais.

De manhã quando zarpamos o vento era zero, mesmo que a previsão diga que vai ventar de manhãzinha ali no Saco da Ribeira eu já não acredito mais, o vento só chega lá depois das 09:00 e assim foi, saímos motorando até o través da praia do flamengo, eu e o Wagner fomos conversando sobre barlavento, sotavento, boreste, bombordo, alheta, través adriças e escotas, e nada de entrar o vento, então resolvi que já que era pra boiar que boiássemos lá fora, depois da ponta grande, assim que passamos a dita cuja o vento entrou o mar picou um pouquinho e o Wagner mareou, mareou mas foi valente, quando falei em ligar o motor para chegarmos mais rápido na poita ele decidiu que aguentaria e voltamos só na vela mesmo, uma velejada gostosa demais, vento de través e o Vivre numa velocidade confortável, uns 5 nós, e velas cheias, o Vivre é muito dócil e fácil de velejar.

Como a velejada estava boa resolvi chegar até a poita sem ligar o motor, comuniquei minha decisão ao Wagner e ele gostou da ideia, o problema seria pegar o vento de popa assim que contornássemos a praia do flamengo, velejar com vento de popa é diferente, necessita de mais atenção e carinho com as escotas, decidi encher as velas com um vento de alheta por boreste, o Vivre aceitou de novo o comando e assim foi até a poita, quando cheguei perto desarmei as velas e o Wagner pegou a poita de primeira, fiquei orgulhoso da velejada, nosso motor anda trabalhando cada vez menos!

O Wagner apesar de ter mareado se divertiu e isso pra mim é o mais importante, visita feliz é missão cumprida.

As 13hs já estávamos a caminho de Caraguá, o Wagner armou o almoço na casa de um amigo, o Wilson, casa de mineiro não poderia ser diferente, fomos muito bem recebidos, comemos salame, frango, calabresa, um feijãozinho pra lá de gostoso, eu tomei mais uma cervejinha e batemos papo até lá pelas 16hs, saí no lucro, conheci só gente fina nestes dois dias.



6 comentários:

  1. to vendo que vou ter que mandar um e-mail pra saborear essa "massa com frutos do mar" regado a "bohemia" rsrs.. só sucesso.. e acompanhando rsrs bons ventos!!
    att
    Rddrigo Fidelis
    www.passadico.com

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    1. O Sr. é visita esperada, já enviei vários emails solicitando sua presença!

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  2. Foi muito legal poder estar no vivre e com uma pessoa abençoada igual a você. Foi um dia show

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    1. Realmente foi um bom dia, muito gostoso, da próxima vez levaremos o Mineirinho!

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