sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

1º ATRACAGEM SOLO (FESTAS DE FIM DE ANO - 2013)

Dia 30 de dezembro de 2013, saímos de Caçapava as 4:00 hs da madrugada rumo ao Saco da Ribeira, novamente iríamos encontrar o nosso veleirinho  para passarmos o réveillon. Desde de que compramos o  nosso cruiser 23 passamos as festas de final de ano com ele, já é uma nova tradição!

Chegamos no pier por volta da 7:00 hs com malas de roupa e comida e eu realmente fiquei com preguiça de levar tudo aquilo de bote e resolvi fazer algo que a muito tempo eu estava com vontade, decidi atracar o vivre no pier da Ribeira, mas lá tem aquela coisa de só poder atracar barco de pesca e as escunas, pois bem liguei o botão do fo$#-se fui dar cabo da minha decisão. A Lena o Willyan e os menores ficaram no pier e fomos para o veleiro eu e o Wallace, o objetivo era preparar o barco para receber todo mundo e para a atracação que seria a primeira que eu faria totalmente sozinho, bem, arrumei um cabo comprido e amarrei no cunho de popa e outro no cunho de proa, imaginei onde atracaria o vivre e planejei como seria, assim consegui prever em que bordo do barco eu colocaria as defensas, então coloquei uma delas na proa, outra no popa e duas a meia-nau todas a bombordo, enquanto eu terminava de preparar a embarcação a Lena avisou o Wallace, pelo celular, que uma das escunas havia saído e que agora teríamos uma vaga para atracar, pronto agora não tinha mais volta. O coração estava acelerado e confesso que as mão estavam um pouco trêmulas, enquanto isso o Wallace soltava as amarras e gritou
"Pronto pai, estamos livres, pode tocar!"
Chegamos no pier e outra escuna já estava atracada na vaga que havia surgido, porém ainda restava um espaço em que poderia colocar o vivre, mas uma lancha e seu dono com toda a educação que o mundo lhe proporcionou passou "rasgando" pelo lento vivre e atracou na vaga que eu tinha avistado, confesso que tive vontade de arrumar uma confusão daquelas e até me passou pela cabeça abalroar sem querer a lancha do amigo, mas esses pensamentos não duraram muito, sou um cara da paz e não consigo ter raiva por muito tempo. Após esse episódio eu já estava no meio do transito de botes, lanchas, escunas e baleeiras que ficam rondando o pier, então perguntei a um homem que estava na escuna se poderia atracar a contrabordo e recebi um sonoro NÃO, como desculpa para sua negativa o homem falou que já estava partindo, então resolvi esperar a saída da escuna ou da lancha mas nenhuma das duas dava sinais de que iria sair tão já, dei umas duas ou três voltas ali por perto e já estava aproando para a poita quando um senhor de cabelos brancos subiu na escuna e me gritou:
"Coloca ali", apontando com o indicador um espaço entre a lancha e a escuna que deveria ter exatamente 23 pés, ou seja, o tamanho exato do vivre, fui obrigado a responder para o homem:
"Não dá, minha experiência não permite, ainda", foi ai que com toda autoridade de um comandante ele me disse:
"Então atraca aqui a contrabordo!"
A pessoa que havia me negado o que agora o comandante me oferecia estava do lado dele e mudou da água para o vinho, ficou solícito de uma hora para outra e enquanto amarrava os cabos que eu havia lançado para ele o Willyan já havia invadido a escuna, não sem antes pedir as devidas permissões e licenças para o comandante que ele reconheceu sem precisar de apresentações, cheio de malas e com a maior pinta de marinheiro que eu já vi o menino me ajudou a embarcar tudo e todos, e eu lá com cara de vencedor, como foi gostoso embarcar minha família lá no pier, e agora vai ser sempre assim e se tiver de atracar a contrabordo de alguém vai ser meio na marra e pronto, ainda não sei como são as regras de atracação a contrabordo, mas acho que se não tem lugar pode ser feito sem problemas!

Durante a euforia da atracagem esqueci, novamente, de tirar algumas fotos do vivre atracado, mas não fiquei preocupado pois tive a certeza de que haverá muitas outras atracagens para tirar fotos!




4 comentários :

  1. Atracar a contrabordo no píer não é um favor, mas um direito seu, aionda mais em um pier público. Vc é sócio da Aumar?

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    1. Eu já imaginava, mas sabe como é né?! Tem gente que não facilita!
      Não sou mais sócio da Aumar saí quando tirei o barco da água e não me associei mais!
      Isso faria alguma diferença no uso do pier?? Acho que não!!

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  2. Muito bom Walnei, impondo o devido e necessário respeito, com tato e polidez, a nós que somos os mais pacíficos e ecológicos dentre os navegadores (nossa, quantos adjetivos, não?!). Aos poucos nos cederão espaço pela estirpe à qual pertencemos, não por esnobismo, simplesmente por sermos os mais simpáticos! [risos]

    Pode contar mais sobre as façanhas de final do ano, acho que ninguém acha "um saco" lê-las, pelo contrário.

    Abraços desde a Babitonga!

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    Respostas
    1. Obrigado pelo incentivo, vou continuar escrevendo sim, ainda faltam algumas coisas para contar sobre o final do ano!
      Quanto a nós, velejadores, em nossa grande maioria somos sim gentis e como já diz a velha máxima "GENTILEZA GERA GENTILEZA" NÃO É?!

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