Como estava dizendo no final da 1º parte, o problema agora era a febre que tinha pego o Gabriel, confesso que um dia antes de sairmos de Caçapava tínhamos levado o menino no médico e o diagnóstico foi o de sempre, garganta inflamada, e o remédio também o de sempre, antitérmicos, amoxicilina e anti-inflamatórios, sabíamos que ele teria febre. E enquanto a Lena cuidava do Gabriel, eu ajeitava os outros na cabine do veleiro, não é segredo pra ninguém que um barco de 23 pés não comporta 6 pessoas muito confortavelmente e tem que ter muita criatividade e boa vontade para contornar esse outro pequeno problema, mas isso temos sobrando!
Com antitérmicos de 6 em 6h, antibióticos de 8 em 8h e banhos gelados durante o dia o caso do Gabriel estava sob controle, uma das coisas que se aprende quando se tem 4 filhos e um veleiro é que banho gelado seja de chuveiro, piscina ou praia não mata ninguém!
Olhando ninguém fala que estava com febre de 39º |
O SEGURO, O TRANSITO E A BANDEIRA DO BRASIL.
Amanheceu, todos acordamos bem tarde, por volta das 10h da manhã, foi uma deliciosa noite de sono, a missão do dia era encontrar um lotérica e pagar o seguro obrigatório do barco, dezoito reais e uns quebradinhos, mas quem conhece Ubatuba sabe como é passar pela praia grande em época de temporada, é um terror, naquela avenida parece que toda população de São Paulo se junta com toda a população de Belo Horizonte para uma grande confraternização na beira da praia, o resultado é um transito infernal e longas filas onde quer que você vá!
Pagamos o tal seguro, agora só faltava comprar uma bandeira do Brasil para o Vivre, a dele esta toda rasgada e se a marinha aborda o nosso veleiro com certeza teríamos um grande enchimento de saco, como todo militar os caras prezam muito uma bandeira do Brasil bem "aprumada", eu também gosto, mas esqueci de comprar, só lembrei quando estávamos bem perto da Ribeira, e juro que não passaria mais naquela avenida nem que a marinha o exército e a aeronáutica ordenassem, ficamos com a bandeira rasgada mesmo.
Deu uns mergulhos e a febre baixou rapidinho! |
Na volta paramos na praia do Lamberto e passamos o final da tarde lá, o Gabriel não estava comendo direito e andou vomitando, por isso resolvemos não navegar, pois se a coisa piorasse iríamos leva-lo ao PS lá de Ubatuba, mas foi só um mal estar, no outro dia mesmo o Gabriel estaria sem febre, sem dores sem vômitos, só mantivemos o antibiótico de 8 em 8h e durante o resto do passeio ele não teve mais febre!
DEPOIS DE UM ANO, FINALMENTE SOLTAMOS AS AMARRAR.
Amanheceu, já era o 3º dia das férias, finalmente iríamos soltar as amarras e navegar, preparei o motor, dei partida, arrumei a cana de leme, gps e gritei para o Wallace soltar as amarras, qual não foi minha surpresa quando ele disse:
- Pai, estamos sem poita!
- Como assim filho, sem poita? Estamos amarrados nela ué!
- Pai, "to" falando sério, acho que roubaram nossa poita!
Diante da afirmação dele desliguei o motor e fui ver como seria possível alguém roubar uma poita e ainda assim deixar o barco amarrado, descobri, na verdade estávamos sem a boia que realmente tinha sumido, não quis pensar muito sobre o motivo do sumiço, mas o cabo estava nitidamente cortado, não iria se partir daquela forma, em um corte uniforme e cirúrgico. Peguei o bote para ir até o pier arrumar um galão de alguma coisa para servir de boia, mas assim que liguei o motor e saí com o botinho, por incrível que pareça, lá estava um galão flutuando pelo mar, como se tivesse sido enviado pelo destino para recompensar a minha paciência de monge!
Saímos e fomos até ali na praia do flamenguinho, passamos um ótimo dia e a tarde lá pelas 18h já estávamos de volta e amarrados na poita, sabe que os meninos estão bons nesse negócio de pegar poita?!
continua...
LINKS PARA AS OUTRAS PARTES:
HISTÓRIAS DE FÉRIAS (PARTE 1)
HISTÓRIAS DE FÉRIAS (PARTE 3)
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