Fazia um tempão que eu não via o Eduardo pessoalmente, só nos falávamos por whatsapp ou comentários pelo Facebook, foi quando tive a ideia de convidá-lo para passar o final de semana no Vivre, ele topou, mas na terça-feira o windguru começou a apontar uma frente fria justamente no sábado, analisei aquela previsão por várias horas, dei um pulo no site do cptec inpe para confirmar a previsão, batia mais ou menos, fui lá no site meteomarinha e avisos de mau tempo também da marinha e a cada dia que passava a previsão ia se confirmando, ventos SW de 11kt com rajadas de 15kt, ondas de 1,5/1,6mt com período de 13 a 15 segundos. O maior problema dos ventos que vem de SW, na minha opinião, é que eles são fortes e inconstantes, as rajadas podem ser violentas e sair de 10kt para 30kt em segundos. A minha análise desta previsão foi a seguinte:
1º - O vento vai entrar forte, mas eu consigo levar o barco com segurança dentro da enseada.
2º - As ondas estão pequenas mas as vagas estão grandes, esse será meu maior problema.
3º - A tripulação nunca velejou e o mar vai estar bem chato, e pode ser que a experiência não seja tão agradável quanto eu gostaria que fosse.
Para confirmar minha análise pedi a opinião do Juca Andrade, proprietário do Veleiro Malagô e da escola de vela oceânica Cusco Baldoso e ele confirmou minha análise, mesmo assim mudei a rota que tinha feito para o final de semana e decidi ficar apenas na enseada do flamengo chegando no máximo próximo ao boqueirão, afinal, coragem e confiança demasiada costumam causar problemas, mas confesso que fiquei orgulhoso quando o Juca confirmou minha análise das condições climáticas.
Foi difícil de controlar a ansiedade, afinal eu tinha decido sair da poita no dia que entraria uma "pequena" (se é que pode se chamar assim) frente fria , com ventos bem acima da minha zona de conforto e com uma tripulação que pouco ou nada poderia fazer no caso de algum problema.
Olha a cara feia do tempo! |
A tripulação era composta por Eduardo, meu primo, a Nádia, namorada dele, a Esther e a Júlia, filhas do Eduardo, já estou preparando outro post só pra falar do passeio e da maravilhosa companhia que essa turma me fez, mas hoje quero falar da velejada!
Todo mundo de colete! O tempo todo! |
Quem se elogia não merece confiança, mas eu fiquei orgulhoso de novo, controlei as velas com calma, adernava o barco de forma controlada, entrava e saia do vento sem sustos ou trancos, sabia exatamente da onde o vento estava vindo, quase dava pra ver o vento, as pessoas que estavam no Vivre sentiram confiança no comandante, foi incrível, foi uma velejada deliciosa, velejei com um olhar diferente para as velas, conseguia receber as rajadas sem deixar o barco adernar muito, velejei em todas as mareações com o barco cheio e ninguém se assustou, foi ótimo, acho que estou aprendendo!
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