domingo, 28 de agosto de 2016

DE 2008 A 2016. (Parte 1)

O Vivre vai ter que subir para uma nova reforma, como todos sabem que isso fica caro, quem sabe até um pouco além das minhas possibilidades hoje, então fiz uma retrospectiva para ver se compensa ter um veleiro, a resposta foi um grande SIM, COMPENSA, sem sombra de dúvidas compensa, meus veleiros me salvaram de uma vida enfadonha e sem graça, me resgataram de uma vida de zumbi corporativo, veja como:

2008 e 2009- O CHAMADO:
Um "bocadinho" de grana investida em papéis da Petrobrás e da Vale, tinha até uma quantia legal de dinheiro lá, o pé de meia que juntei durante algum tempo, minha vida profissional estava bem definida, tinha acabado de ser convidado para fazer parte do quadro de sócios de uma grande empresa de automação comercial líder de mercado aqui no Vale do Paraíba, trabalhava de segunda a segunda das 07:00hs até as 22:00hs, todo dia mesmo, nessas alturas eu já era um zumbi corporativo e estava realmente satisfeito com essa vida.

Do meio do ano pra frente os telejornais começaram a falar sobre uma crise da bolsa de valores e eu na minha ignorância achei que minhas ações seriam imunes a tormenta que se anunciava, ahh se eu já fosse velejador naquela época, com certeza teria procurado um local abrigado para a minha grana antes da tempestade chegar, mas não era e vi meu patrimônio evaporar junto com a bolsa, perdi muito dinheiro mesmo, no fim do ano já estava vendendo carro e casa pra cumprir meus compromissos, foi uma época triste, contudo, foi o meu despertar, passei a me perguntar o que eu estava fazendo da minha vida, meus filhos cresciam e o maior tempo que eu passava com eles era um domingo por mês, e nesses domingos geralmente estávamos em competições de judo, competitivo como todo zumbi corporativo eu achava que estava forjando neles um caráter forte e rígido através das competições de judo, não entendia que o judo na idade deles era bom mas as competições para crianças daquela idade eram cansativas e até causavam frustrações, meus filhos achavam que eu esperava que eles só ganhassem e eu não fui pai o suficiente para deixar claro que isso não era verdade, e assim eles abandonaram o esporte e ficaram aliviados com isso. Estávamos sem carro e de mudança para uma nova casa que agora era alugada, e assim entrou 2009.

Eu tinha mudado, sempre fui um cara estressado, nervoso, queria que meus filhos fossem os melhores em tudo que participassem, queria que as pessoas olhassem o comportamento deles e comentassem sobre a educação impecável que eu dava a eles, tinha meus motivos pra isso, minha primeira mudança foi perceber que eu queria que eles fossem eu, então relaxei, não na educação deles, mas na preocupação de querer mostrar que eles eram bons, a segunda mudança foi querer enfrentar meus medos, por isso, apesar da situação, comprei duas passagens para um cruzeiro pela costa brasileira, só eu e a Lena, pois é eu morria de medo de navios fobia mesmo, dividi as passagens em 12 vezes, peguei o resto dos dólares que eu tinha em casa e zarpei em fevereiro de 2009. O cruzeiro passava por Santos, Búzios e Ilha Grande, e foi lá na Ilha Grande que tive a visão que mudaria minha vida, um veleiro de madeira apoitado numa baía calma e tranquila, pensei que se eu tivesse dinheiro gostaria de ter um brinquedo daquele, pensei na vida que o dono daquele barco levava a bordo daquela maravilha, pensei nas horas que ele passava com os filhos dentro do veleiro, depois disso raras foram as noites que eu dormia sem pensar em ter um veleiro.

Minha neguinha em seu momento Titanic

O Veleiro que mudou a minha vida.

Assim que desembarcamos em Santos eu falei pra Lena:
- Vou comprar um veleiro pra nós.
- Ué, Não é você que morre de medo do mar? - Disse ela.
- Não mais, acho que nasci pra viver no mar.

Ainda em 2009, no final do ano fomos pra Porto Seguro, os momentos que eu mais gostava eram os passeios de escuna, agora eu me sentia bem em cima de um barco. Ahh também gostei de interagir com um bicho preguiça, rolou uma identificação com a aquele bicho tranquilão mas com garras que assustavam. Certa vez, no começo da minha carreira, em uma entrevista de emprego me perguntaram que animal eu gostaria de ser, respondi que gostaria de ser um tigre, ágil, feroz, agressivo, grande e imponente, hoje responderia que gostaria de ser uma preguiça.

Eu e o Willyan em uma escuna lá em Porto Seguro


Eu e a preguiça.
Assim terminou 2009.

Ultimamente tenho escrito posts longos que necessitam ser publicados em mais de uma parte para não se tornarem cansativos, esse não foge a regra!

Continua...

As outras partes do post:
Segunda parte
Terceira parte

9 comentários :

  1. Otimo Poste!! Me indentifiquei em varios pontos.
    Trabalho na Área de Segurança da informação 7x2 (nunca paramos!!! :(

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    1. Macedo, muito legal ter você a bodo do nosso blog, eu tive que tirar o pé e mudar o rotina.

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  2. Como é mercado de TI ai no litoral? da pra mora em veleiro e trabalhar? (sou da de Ti tbm )....
    Macedo

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    Respostas
    1. Macedo, eu trabalho no vale do Paraíba, Caçapva, São José dos campos, Taubaté, o mercado aqui é concorrido como em qualquer outro lugar, tive uma experiência no litoral mas o mercado só é bom na temporada.

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  3. Na Área de TI (desvolvedor, infra / rede...em Coporações ) tem interferencia de temporada?? ou não tem muitas coporações? Desculpa pela minha falta de informação

    P.s Meu sonho hoje é compra fast 395 e trabalhar como PJ em desvolvimento ou infra que ja tenho experiencia!

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    1. Aqui no nosso litoral, o ramo mais forte da TI é automação comercial e o comercio só funciona realmente na temporada, agora prestar serviços de TI para grande empresas aqui me parece difícil, mas se acertar na veia ai a coisa muda de cara...

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    2. Fast 395 é o sonho de 9 em cada 10 velejadores, um lindo barco e marinheiro demais..

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    3. kkkk Estou sonhado bem então !!! Valeu amigo, pelas informações...

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