sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

FÉRIAS A VELA...

Ilha das Couves
As férias de fim de ano chegaram, a empresa fechou o ano bem e fiquei bem tranquilo em relação a ela e já comecei a planejar nossas férias, eu e a imediata decidimos fazer um cruzeiro em águas bem abrigadas para adquirir experiência, mesmo assim será um cruzeiro longo de 9 dias pelas ilhas de Ubatuba, vou postar aqui nossa rota e espero que se alguém souber de algum perigo ou trecho difícil nela me avise.

Esta sendo muito bom colocar a família em volta da mesa sobre as cartas náuticas para decidirmos juntos onde, quando e quanto tempo ficaremos em cada lugar, o legal é que é tudo muito novo, não sei com certeza, por exemplo, quantas milhas dá para percorrer em um dia de velejada confortavelmente, ou seja, sem matar ninguém de cansaço, dei uma olhada no percurso do cruzeiro costa tamoios e vi que chegam a percorrer até 30MN em um dia, mas estou fazendo pernas de no máximo 15MN, decidimos iniciar as pernas bem cedinho para evitar navegar no final da tarde ou a noite.


Saco da Ribeira
Outro problema que estamos prevendo e ainda não temos solução são as chuvas de verão, que vocês verão acontecerão; na nossa região do litoral norte, costumam cair umas chuvas bem pesadas durante o início de janeiro, lembram da tragédia em São Luiz do Paraitinga? Ou um pouco mais para cima o doloroso desastre em Ilha Grande? Tudo em janeiro, sem esquecer de 1967 quando houve em Caraguatatuba um desastre sem precedentes por causa das chuvas de verão, meu pai sempre fala disso, pois ele é caiçara e tinha parentes e amigos lá durante o episódio. Mas voltando ao nosso assunto principal, não sabemos ainda como faremos para nos proteger das chuvas e possíveis agitações do mar, por enquanto pensamos em ficar de olho na previsão do tempo e abandonar alguma perna em caso de risco, sabemos que as previsões acima de 5 dias não são confiáveis, portanto, 5 dias é o máximo que estaremos nos preocupando!



Golfinhos próximos a Ilha Anchieta
Bem, o roteiro inicial segue abaixo, peço aos amigos leitores que opinem sobre os locais, perigos, trechos complicados, já que, como todos sabem, é minha primeira vez:



1º Dia: Saco da Ribeira - Preparar o Barco e a tribulação - pernoite - 23º30'000''S - 45º06'000''W
2º Dia: Praia do mar virado - trilhas e mergulhos - pernoite - 23º31'000''S - 45º11'000''W
3º Dia: Ilha Anchieta - Visita ao presídio - pernoite - 23º32'800''S - 45º04'000''W
4º Dia: Itaguá - supermercado, sorvete, passeios - pernoite - 23°27'256''S - 45º03'205''W
5º Dia:: Ilha das Couves - mergulho, barzinho etc... -pernoite - 23°25'200''S - 44°51'100''W
6º Dia: Ilha comprida - nadar, mergulho até o fim da manha - 23°23'900''S - 44°51'100''W
ainda no 6º dia iremos para Picinguaba  para pernoitarmos - 23º22'465''S - 44º50'216''W
7º Dia: Itaguá - Cidade, receberemos minha mãe a bordo - pernoite - 23°27'256''S - 45º03'205''W
8º Dia: Ilha Anchieta - já nos preparando para voltar a vida real - pernoite - 23º32'800''S - 45º04'000''W
9º Dia: Saco da Ribeira: fim do nosso roteiro



É isso ai amigos, fico aguardando a opinião de vocês sobre o roteiro, que ainda esta aberto e pode mudar de acordo com sugestões e críticas.

Aproveitando este post, desejo a todos que acompanharam este blog durante este ano, meus mais sinceros votos de felicidades, harmonia, companheirismo, saúde e bons ventos a todos!

FELIZ NATAL E UM 2013 CHEIO DE PAZ E ALEGRIAS PARA TODOS NÓS!





quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

REVISÃO NO TOHATSU 3.5

Leve, econômico, potente, valente, confiável, esse é o TOHATSU 3.5 HP que comprei para colocar no vivre (16 pés) em maio deste ano, antes de comprar pesquisei muito e com toda certeza posso dizer que acertei na compra.

Quando comprei o piano piano ele veio com um motor SAILOR 15 HP 4 tempos com nota fiscal de fevereiro de 2012 e com 1,5 horas de uso, o problema é que é muito pesado e grande, até agora não consegui colocar ele no barco (estou trocando ele por qualquer 2 tempos de 8 HP em boas condições), estou tocando o cruiser 23 com o meu fiel TOHATSU 3.5.

Algum tempo atrás eu me descuidei dele e deixei o pequeno motorzinho parado e sem cuidados por aproximadamente 45 dias, isso afetou demais o motor, mesmo assim ele resistiu, veja o post,  depois disso ele sempre demorava para pegar e durante a navegação dava de afogar, minha culpa, só minha, deveria ter dado a devida atenção ao equipamento.

É como dizem, acidentes acontecem por uma sequência de erros, e se esses erros forem detectados e sanados, evita-se que os acidentes ocorram, mesmo com o motor dando trabalho para pegar e falhando, semana passada eu coloquei ele no piano piano e fui velejar, sabe o que ocorreu? O motor afogou e não pegou mais, fiquei contente pois consegui fazer todo o passeio (que era curtíssimo 2 Mn no máximo) a vela, chequei na poita do meu destino e voltei para o meu porto (saco da ribeira) só na vela, mas e se eu tivesse mais longe? e se ocorresse uma emergência? e se a vela rasgasse? e se? e se? Quando o motor afogou de vez eu decidi continuar a velejada por que tenho muitos conhecidos lá em Ubatuba e tratei de avisar uns 3 ou 4 amigos sobre minhas condições e tinha a certeza de um apoio em caso de necessidade.

Bem, resolvi dar um jeito na situação e fazer eu mesmo a revisão do motor, abri o carburador do bichinho e desmontei inteirinho, peça por peça, troquei reparos e agulhas, lubrifiquei cada furinho do carburador, montei tudo de novo e testei, e testei e testei no meu tambor de adoçar o motor, cara é incrivelmente fácil fazer essa revisão do carburador, mais um ponto para o TOHATSU, abaixo algumas fotos da revisão do motorzinho!

Cuba, boia, agulha e rebimboca da parafuseta

Esse pino estava entupido



Percebeu o tamanho das arruelas?!

Essa agulha controla a entrada de combustível ( eu acho! )

Novamente aprendi na prática, já fiz um check list com todos os cabos, moitões, mordedores e equipamentos do piano piano que necessitam ser trocados ou revisados e outra lista com sobressalentes que devo comprar, espero assim diminuir muito a chance de imprevistos durante as férias, já que pretendo fazer um cruzeiro bem legal pelas ilhas de Ubatuba com a família!

É isso ai gente, até o próximo post!

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

SÓ SEI QUE NADA SEI.



Filosofando, no sentido náutico da palavra, depois do último post (VELEJANDO DE NOVO) e dos comentários que o post recebeu, resolvi fazer uma reflexão sobre o que realmente eu sei, então, descobri o seguinte, sei fazer as mareações básicas, menos asa de pombo, e otimamente só de través, uma orça cochada é bem difícil para mim ainda mas da pra ir,  sei fundear a embarcação, apesar de sempre ficar com o pé atrás, sei amarrar o barco na poita apesar de sempre ficar com um frio na barriga, sei ler cartas náuticas e conheço o RIPEAM, as mareações e o fundeio aprendi em um curso muito rápido com o capitão André do veleiro Icthus, a interpretação das cartas náuticas e o RIPEAM aprendi no meu curso de arrais feito lá na Boreste em Caraguatatuba, até ai tudo bem, dá para velejar, mas tenho sentido falta de algo no meu relacionamento com o veleiro, pois bem, descobri o que falta, falta aprender a montar o barco de maneira correta, isso me deixa inseguro, por exemplo, o moitão da retranca, onde realmente deve ser colocado? Qual a altura ideal da genoa? como regular as velas para uma melhor performance do barco? Como montar o burro corretamente? É necessário tirar a capa da vela mestra e os cabos do lazy jack para velejar melhor? Acho que esses equipamentos atrapalham a performance da vela mestra, estou certo? A impressão que tenho hoje é que estou dirigindo um carro, mas só usando a primeira marcha, entendem?

O problema é que não tenho muito contato (no mundo real) com velejadores experientes, tudo que aprendi de montar o barco foi com livros, blogs, o do gaipava e o do cusco baldoso são leitura obrigatória, e por deduções, deduções essas que as vezes são errôneas. Mas como todo problema tem sua solução, vou ver se consigo embarcar em algum veleiro com pessoas mais experientes e aprender a fazer tudo da melhor maneira possível (estou me convidando mesmo viu gente!).

Já era um plano meu passar um final de semana sozinho no barco para ficar mais "íntimo" dele, mas infelizmente, ou felizmente, não pude ainda, tenho o privilégio de sempre receber alguém no piano piano, essa semana recebemos o Robson, o tio Rubens e o Fábio, eu prometi que se o Rubens pescasse algo eu comeria cru, mas, como eu havia previsto, não teve sashimi, pois o Rubão não pegou nem resfriado!

Pois bem, terminamos a elétrica do barco (o Fábio Terminou), e saímos para velejar um bocadinho, ficamos fazendo alguns bordos e depois chegamos a praia do flamengo, onde nadamos e depois voltamos ao Saco da Ribeira!

É isso ai gente vivendo e aprendendo, não se pode parar, bons ventos e até o próximo post

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

VELEJANDO DE NOVO!

Finalmente, até que enfim, criei coragem e tirei o piano piano da poita, ao contrário da minha estréia como comandante do vivre dessa vez deu tudo certo, saímos do Saco da Ribeira e velejamos sem destino pela enseado do flamengo, paramos na praia do flamengo para um almoço rápido e toca velejar de novo.

Eu achei que seria muito diferente velejar o piano piano, mas a base é a mesma e deu tudo certo, e todos se divertiram muito, porém, Eu achei que faltou um pouco de experiência com o barco, senti ele meio pesadão, devagar, acho que o vivre ( Tahiti 16 ) é um barco mais "nervoso", se bem que cometi alguns pequenos erros na montagem do barco, a genoa ficou muito baixa e o Willyan ficou meio perdido na regulagem, da próxima vez vou subir ela uns 10cm, outra dúvida que ficou é que não vi meio de fixar a mestra na retranca, calma, calma, vou explicar melhor, no vivre  a retranca tem um trilho que permite entrar com mestra por ele e o mastro também, no piano piano a canaleta que tem lá na retranca é para colocar aquele "saco" (alguém ai sabe o nome do "saco"???) que a mestra cai dentro e nem a vela tem nada que indique que é para passar em alguma canaleta, por esses motivo só consigo prender a mestra na ponta da retranca e lá perto do mastro, se alguém ai tiver ideia do que estou falando da uma ajuda ai nos comentários, mas procurei alguns vídeos na net e vi que tem muito veleiro com a mestra assim. Outro vacilo foi deixar o amantilho preso (já tinha caído nessa), mas correu tudo otimamente bem.

Reparem na cara de UÉ da tripulação!!! A patroa só tira foto para me queimar!!!


Sabe o que me deixou mais temeroso nessa história, foi amarrar a poita e deixar o barco nela, cara que insegurança, nunca tinha feito isso, pois o vivre saia da água para a carreta de encalhe, nem dormi direito e no dia seguinte de manhã dei um jeito de verificar se estava tudo bem, com certeza amarrei certo, até por que é bem simples, mas que dá um frio na barriga, isso dá, vou demorar para me acostumar.

Eu ia fazer um filminho sobre a velejada mas tiramos poucas fotos, então  vou juntar com as imagens das próximas velejada e fazer um filminho legalzinho.

É isso ai amigos, até o próximo post e bons ventos a todos!!