quarta-feira, 21 de outubro de 2015

O SACO DA RIBEIRA É POR AQUI? PARTE II

Bem, no post anterior falei que levei uma turma de amigos do meu filho mais velho para a praia do Sul, lá na ilha Anchieta e que não tracei a rota e nem levei GPS porquê conheço muito bem a rota, terminei o post falando que enquanto o pessoal se divertia na praia eu fiquei no Vivre preparando um almoço e percebi que o tempo fechava cada vez mais.

Com a mesa posta no veleiro dei um longo assovio e a turma entendeu que estava na hora de matar a fome, rapidinho já estavam embarcados e todos comendo, por conta do tempo feio nem esperei que terminassem de se ajeitar na mesa e já levantei o ferro e parti, acho muito gostoso navegar enquanto a tripulação dorme ou esta a mesa, me da uma sensação gostosa, umas 2 horas a motor deveria ser o suficiente para estarmos seguros na praia do Flamengo.

Trinta ou quarenta minutos após nossa partida todos já tinham terminado de almoçar e cada um dormia numa cama do barco, e de repente, do nada mesmo, caiu uma espessa neblina que quase não me deixava ver a ilha, tudo que eu consegui enxergar era um vulto gigante que eu sabia ser a ilha Anchieta, naveguei, calma e tranquilamente, sozinho lá no cockipt, em um daqueles momentos que a gente relaxa bastante no leme e só espera a chegado ao destino, foi ai que percebi um vulto que achei ser a ilha das cabras; não pode ser pensei comigo, como eu passei o boqueirão sem perceber, corri para dentro do Vivre e peguei a bússola que ainda não esta instalada na antepara, lugar onde deveria estar, confirmei que estava na rota errada, e junto com essa descoberta o mar encarneirou  muito e assim que aproei para o boqueirão o motor começou a caturrar (quando o hélice sai fora da água), preocupado conferi o combustível, tinha combustível suficiente, mas por via das dúvidas desliguei o motor, acordei o Willyan sem que os outros percebessem e ele tomou o controle do barco, coloquei o colete e fui na proa deixar a genoa pronta para subir caso houvesse algum problema no motor, a mestra já estava rizada e decidi que assim ficaria, dispensei o Willyan que voltou a dormir.

Naveguei 20 ou 30 minutos fora da rota, isso dobra quando se tem que voltar. O percurso foi muito incômodo, incômodo para mim porque a criançada estava dormindo e nem perceberam que tínhamos tomado uma bela perdida, nem viram que eu larguei a cana de lema para ir preparar a genoa, quando um deles acordava e olhava para mim sempre encontravam um sorriso e um: Fica de boa ai que é só o mar um pouco agitado. Acho que consegui passar segurança para a tripulação, mas confesso que fiquei com um pouco de medo, principalmente quando, por conta da neblina, percebi muito em cima da hora que estava perto demais de uma rede de pesca, uns 50 metros da bandeira, o Vivre lambeu a boia da bandeira, mas não se enroscou.

O mar não perdoa arrogância e gosta de punir os que se acham donos da situação, nunca imaginei que pudesse tomar uma perdida dessa, aquela região é o meu quintal, é tudo que conheço de verdade do mar e me sinto seguro lá, mesmo assim permiti que a neblina me colocasse na rota errada, mas aprendi a lição, traçar a rota e ficar de olho na bússola é requisito para largar a poita, meu GPS também nunca mais fica em casa.

O outro lado dessa experiência foi navegar em situação de tempo ruim, posso dizer que foi marcante, ultimamente todas as minhas velejadas estão sendo muito especiais, cada uma com novas lições e emoções diferentes. Emoção, deve ser esse o princípio ativo que causa a dependência da vela. E a tripulação, mesmo com o tempo ruim, mar grosso, visibilidade bastante prejudicada e um frio de rachar, conseguiram manter a moral alta dentro do barco, ninguém reclamou de nada, quando eu falei que fiquei triste pois queria um dia mais quente para eles curtirem mais a resposta foi um sonoro "que nada Walnei a experiência tá ótima", quando o tédio batia eles dormiam para driblar o desânimo, parabéns a minha mais nova tripulação, espero tê-los novamente no convés do Vivre.

Gabriel, Lukas e Flávia, espero realmente que tenham gostado e que voltem para velejar sempre, mas que durmam menos (todos eles dormiram das 20h as 10hs, ou seja 14 horas) e passem um dia gostoso de sol para aproveitarem melhor a velejada.

Apesar de tudo foi muito divertido, e como eu aprendi com o mestre Juca, se está divertido esta certo!




GALERIA:
Lukas, Gabriel e Willyan.

A Tímida Flávia, ela crê que se mostrar o rosto na foto sua alma será capturada.

Foto da foto.



2 comentários :

  1. Muito bom ver o Vivre navegando!! Mas essa tripulação dorme demais!!
    Na próxima vc leva uma buzina e põe os marujos prá trabalhar!!
    Abç.

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