segunda-feira, 16 de novembro de 2015

RIME OF THE ANCIENT MARINER.PARTE 2.

Link para a parte anterior de post:
Parte 1

O ser voante:

O Edmur me convidou para almoçar uma deliciosa calderada, a esposa dele já nos aguardava no restaurante quando chegamos, fiquei muito contente quando ele pediu a mocinha da balança que marcasse minha despesa na comanda dele. A conversa do almoço não foi só sobre barcos, o Edmur é um cara muito divertido e gosta de viver a vida de verdade, além de velejar o Acrux ele voa de paraglider, ultraleve e asa delta e me contou sobre como iniciou sua carreira de homem voador. E ele me contou algo mais ou menos assim:
"Sempre achei o máximo as assas delta, uma vez nos juntamos em seis amigos e fomos para um ponto de salto, os caras pegavam suas assas e se lançavam no vazio do abismo e quando achávamos que tinham se estatelado conseguíamos ver a asa delta voando com seu passageiro, não deu outra, saímos de lá decididos a comprar um negócio daquele, e assim foi, na outra semana já estávamos com a nossa asa delta comunitária, junto com o equipamento vinha um manual, li as primeiras três páginas e para minha surpresa o assunto era como sobreviver em caso de queda, parecia um manual de campista, joguei aquela merda de livrinho de lado, vesti o equipamento de segurança me engatei na asa e pronto, iria voar sozinho pela primeira vez, respirei fundo, levantei a asa, tomei coragem primeiro, depois impulso e comecei a correr... Antes da terceira passada tomei um puta tombo e quebrei a clavícula... e depois disso não parei mais de voar"
O Edmur é assim não se consegue ficar triste na companhia dele, a vela sempre me aproxima de boas pessoas.

Visitas surpresa:
Depois do almoço voltei para o Vivre para continuar a limpeza e a arrumação para receber o Edson e sua família, enquanto ia lavando o interior do Vivre ia dando uma olhada no WhatsApp do grupo de velejadores do Itagua, o grupa estava fervendo, muitas histórias e planos para a regata que aconteceria no sábado, o Edmur correu com o Hermes no Acrux o Cezar correu com o veleiro Maluí, mas isso é uma outra história, no meio da conversa alguém fala que uma família gostaria de passear de veleiro na sexta-feira, me prontifiquei a recebe-los no Vivre e logo o Beto me liga, disse que estava chegando a Ubatuba e que gostaria de dar uma velejada se o tempo permitisse, então marcamos para nos econtrarmos no pier do Saco da Ribeira no outro dia cedinho. A noite o Beto me liga para cancelar a velejada, a previsão era de chuva e ele preferiu abortar e deixar para uma outra oportunidade, contudo, queria conhecer o Vivre. Na sexta cedinho lá estava o Beto, a esposa e o filho no pier, fui buscá-los e logo estávamos embarcados e fazendo o que de melhor se pode fazer fazer em um veleiro, conversando e rindo muito, passamos uma manhã muito agradável e divertida mesmo com o barco na poita, já são mais três almas salvas.

Logo que retornei do pier para continuar a limpeza do barco, um multichine que atende pelo nome de Vida Dura passou perto do Vivre e o comandante me perguntou se eu era o Walnei, respondi que sim e ele me disse que já leu o blog do Vivre inteiro e que eu tive uma parcela de culpa na decisão dele de comprar o Vida Dura, fico muito lisonjeado quando isso acontece, lá Ribeira tenho alguns veleiros afilhados, o Vida Dura é mais um, disse ao comandante que apoitasse o veleiro e que viesse para o Vivre para conversarmos, dito  e  feito, dez minutos depois lá vinha o Leandro com seu pai em um caiaque inflável, o pai do Leandro é um senhor japonês muito simpático, me perguntou se eu pescava, eu disse que tenho uma loja de iscas artificiais na internet, mas que nunca peguei um peixinho sequer no Vivre, corri na minha caixinha de pesca e o presenteei com um par das minhas melhores iscas, a Tube Jig, pedi que ele fotografe os peixes que vai pegar com elas e me mande as fotos, pronto a loja já tem um garoto propaganda, o Senhor Noritomi.
Conversamos por mais de uma hora e o Leandro e seu pai se foram, com certeza vamos nos encontrar muitas vezes no mar, afinal a Vida é Dura né Leandro!

tem mais gente!

Links das próximas partes:

PARTE 3
PARTE 4

3 comentários :

  1. Walnei, minha vida de aspirante a velejador é dura, mas já vale a pena!!
    Até breve,
    Leandro

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  2. Olá, Walney, sigo seu blog, e estou quase comprando um veleiro, quando for comprar, espero conversar com vc antes pegar umas dicas, e pelo que estou vendo, velejador so morre de solidão se quiser , me parece que velejadores são uma grande família Parabéns pelo blog

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    Respostas
    1. Oi Fredy, terei o maior prazer em ajudá-lo na compra do seu barco.
      Você tem razão, a vela tem muita gente boa, disponível, gentil e preocupados uns com os outros, parece mesmo que vamos na contramão da humanidade! E sim, dificilmente não tem ninguém pra bater um papo!

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