terça-feira, 22 de dezembro de 2015

QUE VENHA 2016!

QUE VENHA 2016!

A todos os amigos virtuais e reais, leitores, seguidores tanto do blog quanto do Facebook, meus mais sinceros votos de  bons ventos, muita paz e saúde em 2016.



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

PESCOÇO DE GANSO!

Sabadão de manhã o Wagner já estava na rodoviária de Caçapava nos esperando, não sabíamos mas uma viagem bem congestionada estava nos esperando, saímos as 8:40 da rodoviária e só chegamos na Ribeira as 14:00 horas, fomos por Caraguá, fazia um tempão que eu não passava pela  Rodovia dos Tamoios, que esta bem diferente, duplicada até o trecho de serra, bem sinalizada, mas eu ainda prefiro a Oswaldo Cruz simplesmente porque a paisagem é mais bonita. No carro estávamos eu o Wagner, o Willyan, o Wallace e o Gabriel.

O Windguru apresentava um previsão de vento fraco e muito calor para o sábado, a parte do calor estava certa, mas aquele tempo quente e seco, abafado, sem nenhuma brisa não indicava isso, algo me dizia que no final da tarde viria uma boa chuva de verão e como sempre antes da pancada umas boas rajadas poderiam aparecer e eu estava contando com isso.

Quando chegamos na Ribeira montamos tudo muito rápido e embarcamos quase sem nenhum problema, a exceção foi o motor de popa que resolveu fazer graça, mas rapidamente desmontei o carburador do Tohatsu, lubrifiquei bem as peças e logo ele voltou a funcionar como novo. Rapidinho o Vivre estava abastecido de água, gelo, refrigerante e cerveja, ai foi só colocar todo pano em cima e sair naquele ventinho de 4 ou 5 nós, o destino era a Enseada do Flamengo, é bem pertinho, mas eu realmente estava contando com as rajadas de vento que o Windguru não previu, assim que saímos do Saco da Ribeira já dava pra ver as nuvens cinzas lá no horizonte, eu estava certo quanto a chuva de verão, mas ainda esperava as rajadas, que logo chegaram.

Eu tinha que enfrentar uma situação que me atrapalha bem, quando minha família esta embarcada, eu ficou mais frouxo (cagão mesmo), uso muito mais o motor e quando abro velas não tem vento, deve ser algum mecanismo de proteção que o meu cérebro desenvolveu sem meu consentimento, mas nessa velejada isso iria acabar, o vento chegou anunciando a chuva de verão, e eu ainda estava com os panos todos em cima, o vento foi aumentando gradativamente e quando eu percebi estávamos numa orça fechada num vento de norte-nordeste bem forte, com todo aquele pano não poderia ser diferente e o barco estava bem adernado, mas eu estava preparado, eu fui soltando a mestra um bocado e sob meu comando o Wallace foi soltando a genoa, ao mesmo tempo em que eu arribava um pouco, mas eu precisava mudar o rumo completamente, tinha que voltar para o centro da enseada, se eu desse um bordo o Vivre iria adernar muito, então dei um jaibe, que a tripulação executou com maestria. Se o comandante passa segurança a tripulação não se apavora, da última vez que tive experiência com ventos forte e minha família dentro do Vivre, tranquei todo mundo dentro da cabine, o Gabriel abriu a boca chorar, os meninos maiores assustados queriam  sair para me ajudar, coisas caindo dentro do barco, a Lena com os olhos estalados segurando o Arthur no colo, foi um fiasco, desta vez foi diferente, o Willyan com o Gabriel dentro da cabine acalmando-o e fez isso muito bem, o pequeno até se divertiu com a situação, todos cientes de que o vento aumentaria, e que estava tudo sob controle, sem pânico, sem choro de criança, sem susto.

Mesmo com tudo sob controle estava ficando difícil de controlar o Vivre, o vento fazia uma força descomunal nas velas e as escotas foram ficando pesadas e o barco cada vez mais arisco, eu teria que rizar a mestra com o barco em movimento, as adriças do Vivre ficam amarradas no cunho lá no mastro, portanto, o Wallace teria que ir lá, coloquei o Vivre numa orça bem fechada, e quando o Wallace deu o sinal eu cacei bem as escotas e deixei o barco panejar naquele ventão, assim que ele soltou a adriça da mestra eu escutei e senti um forte estalo, chegou a balançar o mastro, foi estranho de mais, o pior que só eu notei, perguntei para o Wagner se ele tinha sentido o tranco ele disse que não, dei a ordem para o Wallace arriar totalmente a mestra e depois iriamos baixar a genoa, aquele estalo seguido de tranco não era um bom sinal. A faina de arriar as velas que o Walace executou foi perfeita, e vou dizer que  não é fácil baixar uma vela quando o vento passa dos 10 nós, eu cálculo que estávamos em um vento de 13 a 15 nós.
Foi uma velejada radical de uns 15 minutos ali na enseada,  assim que as velas foram arriadas a chuva chegou, fria como gelo, foi bom pois serviu para dar uma arriada na adrenalina também, confesso que estava orgulhoso por manter a situação sob controle, mas o coração estava a milhão dentro do meu peito, foi ótimo!

Pegamos uma poita emprestada na praia do flamengo, eu e o Wagner fomos esticar uma lona sobre o Vivre, para deixar a situação um pouco mais confortável, a chuva já havia passado mas o céu prometia mais uma pancada, antes de mais nada enrolei a mestra na retranca e quando eu cacei o amantilho, sim eu caço meu amantilho, descobri o que tinha sido aquele estalo, a retranca caiu, o vento foi tanto e fez tanta força que causou um estrago no gooseneck do Vivre.

Gooseneck, é uma peça que faz a junção da retranca com o mastro do veleiro e permite que a retranca se movimente para todas as direções, é uma junção das palavras inglesas  Goose = ganso e Neck = pescoço, aqui no Brasil os marinheiros mais abrasileirados, ou aqueles cuja cultura náutica veio do berço simples da marinharia caipira, chamam essa peça de  garlindéu, eu prefiro garlindéu.

Ao contrário do que parece, não houve nenhum jaibe chinês (aqueles não intencionais que geralmente terminam com um tranco no bordo contrário) ou algum movimento que pudesse romper a peça, minha análise da peça é que ela já estava avariada e com o esforço se partiu, simples assim.

E assim o Vivre esta fora de combate até que eu ache alguém para arrumar minha retranca, parece que tem um senhor que faz esse trabalho lá em Ubatuba, mas só pega no batente ano que vem.

Limpamos o casco do Vivre, almoçamos e voltamos para a Ribeira velejando só de genoa, mas logo senti que o barco estava diferente, não sei se foi só impressão minha, mas resolvi guardar as velas e seguir de motor.

Assim acabou o final de semana em que o Vivre quebrou o pescoço!

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

TRABALHO DURO.

Desta vez fui chamado para fazer o painel de comando do motor do clássico, charmoso, elegante e antigo Malagô, confesso que pra mim o velho Malagô é o veleiro mais bonito da nossa costa.

O serviço foi executado e pelo que me parece o Juca aprovou.

 O plano era chegar na quarta-feira, executar o serviço e voltar na quinta-feira a noite, mas o Juca fez o favor de me convidar para uma velejada na sexta, não resisti, fiz o pedido de alvará para a patroa, que aceitou o pedido prontamente, acho que ela anda meio de saco cheio de mim e também estava querendo uma folga, resumo da ópera, dormi no Malagô de quarta para quinta e de quinta para sexta.

Da outra vez que fui dormir no Malagô, que fica no CIR (Clube Internacional de Regatas) em Santos, esqueceram de avisar o segurança, você pode ver essa história clicando aqui, dessa vez ocorreu algo parecido, avisaram o segurança, mas, durante a noite como estava muito calor e os pernilongos resolveram provar o meu sangue, e parece que gostaram, fui bater um papo com os seguranças do clube, saquei uma coca-cola e três copos plásticos para dividir com eles, mas assim que saltei do barco, o segurança que atende pela alcunha de 02 me abordou, me tratou como um bandido, me ameaçando com seus dentes pontiagudos e pelos eriçados me acuou no trapiche, pensei em me jogar na água ou sair correndo, mas poderia ser pior, a sessão de tortura só terminou quando os outros dois seguranças intercederam por mim aos berros, foi horrível, não sei o nome do 02, nem pude tirar uma foto pois minhas mãos estavam muito trêmulas, mas achei uma foto de alguém parecido com ele na internet, vejam a cara do mal educado:
Sósia do 02 (zero-dois)
Depois deste episódio, parece que ele entendeu que eu estava morando no CIR por uns dias e me ignorava toda vez que eu passava perto dele, no final até ficamos amigos.

Na sexta-feira foi só alegria, zarpamos com o Malagô, o barco além de bonito é incrível, houve um momento que ele galgou uma onda e eu esperei pela batida da proa na água quando ele despencasse lá de cima, cheguei a firmar o corpo, mas o barco desceu elegantemente, nem espirrou água, velejamos por algumas horas sem compromisso com rumo, claro que tínhamos um, mas não havia um destino no final dele.




As fotos são de autoria do Juca.
Para quem não sabe o Juca mantém uma escola de vela e um blog super visitado por velejadores do Brasil inteiro, o endereço é http://veleirobaldoso.blogspot.com.br/

E VAMOS NO PANO MESMO!!! E que panos tem o Malagô!

sábado, 5 de dezembro de 2015

OLHA MÃE... SEM MOTOR!

Alguns dias atrás recebi um e-mail, era o Wagner (não, não era meu irmão), me contou que acompanha o blog e que tem planos de comprar um veleiro, assim queria ter uma aula sobre os fundamentos da vela no Vivre, combinamos a data e fomos.

O Wagner é um cara simples, gente fina, batalhador e comerciante nato, foi um prazer recebê-lo no Vivre, mais do que um leitor ele se mostrou um fã do Vivre, lembrou muitas histórias que contei aqui, praticamente conhecia o Vivre sem nunca ter pisado lá. Já vou adiantar que por motivos pessoais ele também não quis que as fotos dele fossem postadas, tem bastante gente que cuida da privacidade com muito mais afinco e cuidado do que eu.


Chegamos cedo na prainha da Ribeira, desta vez levei o bote excursion 3 e um remo, o bote "profissional" não caberia no carro do Wagner, o Windguru previa um tempo frio com ventos entre 7 e 10 nós e sem chuva, embarcamos no excursion e toca remar até o Vivre, como o vento estava forte e contra, o bote avançava com um pouco de dificuldade, mas avançava, até que um senhor que passou com uma voadeirinha nos ofereceu uma feição, é a segunda vez que esse senhor me dá uma carona e eu nem sei o nome dele, sei que ele cuida com muito cuidado de uma escuna vizinha de poita do Vivre, da próxima vez pergunto o nome dele.

O Windguru quase acertou 100% da previsão, só errou na chuva, assim que embarcamos no Vivre ela caiu com vontade,  veleiros são assim mesmo, as vezes eles não querem trabalhar e arrumam alguma desculpa, eu bem que quis sair com chuva mesmo, mas o Wagner refugou, então fui fazer o nosso almoço. Eu não sabia, mas o prato principal do restaurante Vivre, que é massa com frutos do mar, é conhecido fora do Saco da Ribeira, o Wagner fez questão do prato, só para constar os ingredientes são macarrão, sardinha e massa de tomate e o ingrediente principal é a fome, eu costumo dizer que as pessoas gostam do meu macarrão com sardinha pois sempre estão com fome quando ele é servido, e a fome é o melhor tempero que existe, vejam as fotos do bistrô Vivre:



Nosso prato mais famoso

Acho que o prato fez sucesso de novo!






























Almoçamos, e a chuva não parava, só aumentava, então resolvemos partir para os aperitivos e abrir aquela cerveja, o barco não sairia da poita mesmo, por isso liberou a cervejinha.


Depois da cervejinha o Wagner topou me ajudar em uma manutençãozinha na bomba pressurizada do Vivre, já fazia um tempão que estava adiando isso!

E assim o dia acabou e o Wagner resolveu aceitar o desafio da pescaria, pra quem não sabe eu explico, nunca, nenhum homem, mulher ou criança embarcou um peixe no Vivre, pelo menos um peixe pescado na hora, e não faltou pescador pra tentar viu, por isso foi lançado o desafio, o primeiro peixe embarcado se transformará em um sashimi, sempre tem shoyo e wasabi na dispensa, como era de se esperar ainda não foi dessa vez que comi o peixe cru.

Pois enfim chegou o dia de zarpar, o windguru previa ventos de 10 nós com rajadas de 12 ou 13 nós.
Algum tempo atrás eu não abriria velas num vento de 10 nós, hoje já dá pra fazer isso. Certa vez, conversando com um grande velejador lá na Ribeira, ele me disse que com 15 nós o veleiro dele abre todas as velas e ainda estende algumas toalhas pra pegar um ventinho a mais.

De manhã quando zarpamos o vento era zero, mesmo que a previsão diga que vai ventar de manhãzinha ali no Saco da Ribeira eu já não acredito mais, o vento só chega lá depois das 09:00 e assim foi, saímos motorando até o través da praia do flamengo, eu e o Wagner fomos conversando sobre barlavento, sotavento, boreste, bombordo, alheta, través adriças e escotas, e nada de entrar o vento, então resolvi que já que era pra boiar que boiássemos lá fora, depois da ponta grande, assim que passamos a dita cuja o vento entrou o mar picou um pouquinho e o Wagner mareou, mareou mas foi valente, quando falei em ligar o motor para chegarmos mais rápido na poita ele decidiu que aguentaria e voltamos só na vela mesmo, uma velejada gostosa demais, vento de través e o Vivre numa velocidade confortável, uns 5 nós, e velas cheias, o Vivre é muito dócil e fácil de velejar.

Como a velejada estava boa resolvi chegar até a poita sem ligar o motor, comuniquei minha decisão ao Wagner e ele gostou da ideia, o problema seria pegar o vento de popa assim que contornássemos a praia do flamengo, velejar com vento de popa é diferente, necessita de mais atenção e carinho com as escotas, decidi encher as velas com um vento de alheta por boreste, o Vivre aceitou de novo o comando e assim foi até a poita, quando cheguei perto desarmei as velas e o Wagner pegou a poita de primeira, fiquei orgulhoso da velejada, nosso motor anda trabalhando cada vez menos!

O Wagner apesar de ter mareado se divertiu e isso pra mim é o mais importante, visita feliz é missão cumprida.

As 13hs já estávamos a caminho de Caraguá, o Wagner armou o almoço na casa de um amigo, o Wilson, casa de mineiro não poderia ser diferente, fomos muito bem recebidos, comemos salame, frango, calabresa, um feijãozinho pra lá de gostoso, eu tomei mais uma cervejinha e batemos papo até lá pelas 16hs, saí no lucro, conheci só gente fina nestes dois dias.



terça-feira, 1 de dezembro de 2015

TRAVESSIA UBATUBA - ILHA GRANDE

Inscrições fechadas.
Travessia Ubatuba - Ilha Grande em flotilha.
Data: de 13/12/2015 até 20/12/2015
Investimento R$ 700,00 por pessoa (em até 12x no cartão via pag seguro)
Incluso: Café da manhã, almoço, lanche da tarde e jantar.
Estamos com 3 Vagas no Vivre para a travessia Ubatuba Ilha Grande da flotilha Itaguá, serão 8 dias de muita vela e mar, pernoites em praias paradisíacas, muita conversa de convés e de bônus ainda tem a travessia da famosa e temida ponta da Joatinga.
Ganhe dias para lembrar e muitas histórias pra contar!


Maiores informações e reservas pelo e-mail walnei.antunes@gmail.com ou pelo Whatsapp (12) 98706-3194

--------------------------------------------