segunda-feira, 13 de abril de 2015

A VELEJADA DIVISORA DE ÁGUAS! PARTE 1

Já fazia um bom tempo, desde que comprei o primeiro barco em 2012, que eu tinha a ideia de passar alguns dias no mar sem as crianças menores, a intensão era testar meus conhecimentos, descobrir os limites do  barco e os meu também, e isso aconteceu só agora em 2015, acho que foi no tempo certo, já passei muito perrengue, fiz muita bobagem e cometi muitos erros, uns bobos outros graves, e assim aprendi o que não se deve fazer em um barco, porém, saber o que não se deve fazer não significa que se sabe fazer o que é certo, por isso estava ansioso para ir pro mar com mais liberdade e menos responsabilidade.

Desde que comecei com este blog tenho feitos muitos amigos virtuais, alguns se transformam em amigos do mundo real como é o caso do Ricardo Stark, do Juca Andrade, do Malito, do Vandeco (valeu pela força Vandeco!) e agora o Carlos Eduardo. Eu já tinha conversado com o Carlos Eduardo, Cadu, pelo Facebook, ele também tem um Cruiser 23 fundeado lá em Ilhabela e algumas semanas atrás eu li um post dele se oferecendo como tripulante para uma regata que aconteceria lá em Ubatuba, resolvi responder explicando que não participaria da regata, mas que estava planejando passar uns dias velejando por Ubatuba e se ele quisesse embarcar teria vaga, e ele topou, marcamos nossa partida para sexta-feira dia  10/04/2015.

Cheguei lá no Saco da Ribeira na quinta dia 09 para preparar o barco, dar uma limpada, recolocar uma
adriça que tinha caído, não sei como aconteceu mas a adriça saiu do mastro nas mãos de um dos meninos, recolocar a mesinha de refeição que tanto encantou o Wallace (essa história da mesinha também é boa e ainda não contei, qualquer hora eu escrevo), reinstalar o Rádio VHF, afinal eu estava afim de testar limites e o Rádio poderia ser necessário, tinha que arrumar a cana de leme também, ela estava muito ressecada e tinha uma trinca que estava me incomodando, enfim, tinha um montão de coisas pra fazer antes de zarpar, reforma de barco não acaba nunca, passei o dia inteiro e grande parte da noite trabalhando e arrumando o Vivre. A noite foi tranquila exceto por umas 3 ou 4 horas que o mar ficou mexido e o vento soprava forte, como estava cansado e o barco na poita dormi bem pra caramba.


Na sexta-feira, conforme combinado, o Cadu chegou e logo estava embarcado, planejamos nossa rota e zarpamos com destino a Ilha Anchieta, fizemos quase todo o percurso à vela, com um ventinho razoável que soprava de leste, bem na nossa cara, atingimos a velocidade máxima de 3.5 nós e a média de velocidade ficou em 2.3 nós, fiquei satisfeito por conseguir calcular os bordos e atingir meu destino que era a entrada do boqueirão e assim descobri que sei velejar "contra" o vento, quando entramos no boqueirão o vento diminuiu, praticamente parou, e lá tem uma correntezinha que não conseguimos vencer, e ai ligamos o motor, mas logo que passamos o boqueirão cortamos o motor e chegamos a vela. Antes de sair dei uma olhada no windguru e descobri que entraria um vento de 11 nós lá pelas 21h, por segurança fui falar com um marinheiro e ele me disse que seria melhor jogar o ferro no canto  oeste da Enseada das Palmas, acatei sem discutir, nem olhei a direção que o vento viria, deveria ter dado mais atenção aos meus instintos, deveria ter confiado menos na palavra do amigo marinheiro e deveria ter olhado a direção que o vento entraria, se tivesse feito isso eu teria jogado ferro no canto oposto da enseada e me abrigado melhor do vento, balançamos muito, e o vento durou até lá pelas 3 ou 4 da madrugada, foi uma noite mal dormida e ainda por cima quando cochilei sonhei que tinha uma barco encostando no Vivre e uns caras invadindo nosso barco, acordei num salto, resultado: amanheci moído!

O Cadu, é um cara que tem uma vibe meio hippie, mas não é bicho grilo 100%, uma vez o Willyam me definiu com hippie 2.0, acho que o Cadu é exatamente isso, um hippie 2.0, o bate papo foi gostoso, ele tem umas ideias geniais para otimizar o espaço do barco dele, algumas eu vou copiar. O cara é um tipo de faz tudo que trocou um mês de trabalho por um curso de vela, conhecer pessoas interessantes com experiências bem diferentes é sempre legal, acho que vai se tornar figurinha fácil no convés do Vivre. Além de me ensinar sobre permacultura e comunidades auto-suficientes, ele preparou um arroz integral de garrafa térmica que ficou show de bola, e eu achava que iria odiar arroz integral!

Na manhã de sábado, dia 11, saímos bem cedinho, e como de costume não tinha vento nenhum e o mar estava um tapete, o plano era irmos até a Enseada de Ubatumirim, pernoitar lá e voltar para a Ribeira no domingo de manhã, como eu disse o plano ERA esse, não contávamos que com dois motores a bordo ficaríamos sem nenhum, conto os detalhes no próximo post!

2 comentários :

  1. O mar tem dessas coisas... liga vc a pessoas que sempre tem algo a nos ensinar, te liga a bons companheiros...a bons marinheiros...
    Do mar?? só pode ser gente boa... Bons Ventos _-/)_

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  2. Aê Walnei!!

    Fico feliz de vê-lo a bordo e velejando!! Motor de veleiro é Vela!!
    abraço!!

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