sábado, 11 de janeiro de 2014

ACERVO PESSOAL

Hoje (11/01/2014) recebi um e-mail que me deixou muito contente e surpreso e decidi compartilhar com vocês:
Antônio Carlos...
...Não conheci o Antônio Carlos mas ele me deixou uma herança e um presente, o nome Vivre, foi ele quem batizou o belo e valente veleiro Tahiti com esse nome. Quando comprei o Vivre, hoje carinhosamente chamado de vivrinho, confesso que não gostei do nome, porém, quando a moça do despachante me perguntou se queria trocar o nome da embarcação no ato da transferência, algo me impediu, não foi medo ou superstição, foi respeito, respeito pelo barco, pelo nome, pela história do pequeno notável barquinho, e olha que eu nem conhecia a história dele, mas por obra do destino, ou do acaso, como queiram, a história do vivre me encontrou.

O Léo, aquele que fez a reforma do meu cruiser, comentou que estava fazendo uma reforma no veleiro da pessoa que me vendeu o vivre, mas como poderia já que o Fernando Filoni esta em Paraty com o Acrux? E assim essa conversa passou despercebida, porém, alguns dias depois (16/12/2013) encontrei o Léo tomando um café lá no mercadinho da Ribeira com um amigo, cheguei e fui apresentado imediatamente ao Fábio, mas essa história eu já contei, que não foi a pessoa que me vendeu o vivre, mas foi o adolescente cujo pai havia mandado fazer o vivre. Assim, o Fábio me contou que em janeiro de 1974 foi ao estaleiro que fabricava o Tahiti e o Rio 20, acho que fabricava o atoll 23 também, e que se espantou com a decisão do Sr. Antônio Carlos de encomendar um Tahiti, fora o espanto tinha a empolgação da perspectiva de viver novas possibilidades e aventuras, porém, como as coisas as vezes não correm como gostaríamos, o estaleiro "quebrou" pouco depois da encomenda, que foi paga antecipadamente, e a ferramente que lhes abriria novos horizontes, o veleiro, demorou pouco mais de um ano para chegar, portanto o vivre nasceu em 1975, mesmo ano em que eu nasci, se alguém ai acredita em destino, acho que os nossos já tinham sido traçados na maternidade, legal saber que tenho a mesma idade do vivre!
E hoje, como já disse no começo do post, recebi um e-mail com as fotos do recém nascido vivre e do batismo dele também!


O VIVRE: Cruiser 23 que herdou o nome do tahiti do Sr. Antônio Carlos!
E assim, hoje consegui traçar a linha do tempo do vivrinho:
Nasceu em 1975 (deve ter sido o último dos tahitis); Ficou na família do Fábio na Guarapiranga e foi vendido em 1999 em Ubatuba, foi para Ilhabela e voltou para Ubatuba onde foi comprado pelo Fábio Filoni que reformou o veleiro e me vendeu em maio de 2012, ficou comigo até março de 2013 quando foi vendido para o Antônio Carlos, isso mesmo o vivre escolheu outro Antônio Carlos para dar alegrias!

Sr. Antônio Carlos com o Vivre na Guarapiranga


Eu e o Gabriel velejando no Vivre

Antônio Carlos, atual dono do barquinho!
e para finalizar, seguem as fotos que recebi por e-mail:












O Batismo! 

Vou ficando por aqui, pensando em quanta água já passou pela quilha deste barquinho, quantos momento de alegria, quantas famílias conhecendo a arte de velejar!

OBRIGADO FÁBIO, FOI UMA HONRA FAZER ESTE POST!



6 comentários :

  1. Essa postagem parece "edição especial de colecionador". Que delícia poder saber mais a história desse barco responsável pela iniciação da sua família ao mar.

    Quando algum inquiridor sem noção me pergunta sobre o Cruiser 23 e outros detalhes chatos e deseducados de se perguntar (quanto custa, por exemplo!) reitero que é possível ser igualmente feliz independente do tamanho do barco e cito o Tahiti e o Marreco (tem o Pomar também!) como exemplos de barquinhos mais do que ótimos para iniciar na vida náutica uma família ou mesmo um casal ou um velejador solitário. A sensação de velejar pode ser sentida no simples Dingue, o resto é sofisticação, na grande maioria das vezes, dispensável. Temos que lembrar da máxima: Menos é mais! Isso é simplificar a vida, tudo fica possível, realizável.

    Bonito o nome ter sido passado, assim como o barco, de mão em mão, intacto, com cuidado. É por isso que os barcos têm alma! Colocamos nossas energias, pensamentos, emoções neles. São a materialização de nossos sonhos e com eles ainda alcançamos outros.

    Parabéns pela história e postagem, obrigado por compartilhar.

    Abraços e bons ventos desde a Babitonga!

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    1. Rico, obrigado pela visita! Tanto faz um 16, 23 ou 40 pés, o prazer é imensurável, o que as pessoas não entendem é que não é o barco mas a velejada! Um magnun 595 pode, e vai, proporcionar prazeres inesquecíveis ao seu dono!
      Tem um ditado náutico que diz, "Esta cansado, compre um barco, ele vai te dar motivos para viver mais, e eu completo, mais e melhor. Barcos tem alma sim, não são com carros, não é um simples bem material, barcos são parte da família, são como pessoas, amigos, nunca como filhos, quem diz que barco é como filho não tem filhos, mas sem dúvidas barcos são bens materiais especiais, diferente de tudo que se pode ter, barcos fazem história na vida da família, só quem tem um barco vai sentir isso, um amor diferente de tudo!

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  2. Olá Walney,

    Me identifiquei com um detalhe dessa história...

    Meu primeiro veleiro (e que tenho até hoje) foi um Ranger 22 chamado DOMINUS. É um nome que gosto demais e tem a questão de ser o nome do meu primeiro barco etc.

    Quando comprei o Tuiú Rio (aquele B27-S da história do azar no ano novo, na Ilha Grande, lembra?), na hora da transferência, troquei o nome do barco para DOMINUS 2. Estava empolgado em começar uma "dinastia" de barcos, igual ao Neptunus do famoso velejador carioca Sergio Mirsky, que foi até o 10.

    Pois bem, não consegui me adaptar ao nome de jeito nenhum. Olhava pro barco e não soava bem chamá-lo de Dominus. Ele tinha cara de Tuiú!!!

    Não me restou alternativa senão fazer uma alteração de nome na Capitania dos Portos e voltar pata o nome original, que infelizmente não consegui descobrir se era o de batismo do barco.

    Já meu barco atual, o MYSTIC, tem esse nome desde que nasceu e, claro, não o troquei.

    Não sei se no futuro vou chegar a trocar o nome de um próximo barco, mas por enquanto, meu coração diz que não.

    Bons Ventos e parabéns pelo Blog!

    Lauro Valente
    Veleiro MYSTIC

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    1. Lauro, aquele post do azar foi um dos melhores posts que já li, ri muito, li e reli foi fantástico.
      Quanto ao Vivre ( o cruiser ) quando comprei ele se chamava piano piano, pintei o barco igual ao vivre e troquei o nome dele, porém, até hoje o Gabriel, meu filho de 3 anos, chama o vivre de piano... Não me importei em trocar o nome do barco, mas o próximo não devo mudar ou se mudar talvez não coloque vivre! Obrigado pela visita!

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  3. Barcos têm Alma, Sr. Walnei! Parabéns por respeitar a do seu!!! Abs do Cusco Baldoso!!!!

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    1. O que eu mais gosto é a história que cada barco carrega! Foi muito gostoso ouvir e ler (em e-mails) do Fábio sobre a história do barco da adolescência dele, do barco da realização do pai dele, isso tudo foi fantástico!

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